Itaú cria seu partido para disputar a presidência
Itaú cria seu partido para disputar a presidência
A influência dos banqueiros na política financiando partidos no Brasil, especialmente aqueles que têm maior chances de vencer uma eleição, não é novidade. Mas a participação direta deles na vida partidária mostra que o setor financeiro pretende consolidar ainda mais a sua hegemonia no país. Ter o dono do banco virtual Original, Henrique Meireles, à frente do Ministério da Fazenda do governo Temer, e o sócio e executivo do Itaú Illan Goldfajn na direção do Banco Central não parece ser o suficiente para as ambições e pretensões dos banqueiros. Eles querem mais.
Preocupados pelo fato de as denúncias da operação Lava Jato terem atingido em cheio os principais caciques tucanos (Aécio Neves, José Serra e Fernando Henrique Cardoso), os banqueiros temem ficar sem uma representação partidária capaz de disputar com chances reais a eleição presidencial em 2018.
Em entrevista à imprensa, Fábio Barbosa, deixou claro os ideais do Partido Novo (que de novo não tem nada). Por trás do discurso moralista estão velhas ideias neoliberais, como: o mercado e não o estado "como provedor do bem-estar social"; a redução dos gastos públicos em políticas sociais; e o discurso de que é a "livre iniciativa" (o grande capital) é que pode garantir a "igualdade de oportunidades" e a "inclusão social".
“O Partido Novo, que tem João Amoêdo como candidato a presidente deixa claro que tem lado: o do mercado, do grande capital, dos interesses do sistema financeiro e dos especula-dores, dos que defendem a redução de gastos públicos na área social e os ataques aos direitos dos trabalhadores e querem privatizar tudo. O que eles chamam de avanço é a política mais atrasada e reacionária", afirma Ivan Gomes, presidente do Sindicato dos Bancários de Patos e Região.
Quem Financia - Não é por acaso que os maiores financiadores da "nova" sigla, segundo matéria publicada no Valor Econômico, são do grupo Itaú Unibanco. Sem lideranças e alternativas para vencer as eleições de 2018, parece que o Itaú e todo o sistema financeiro resolveram criar sua própria legenda. E, para driblar a atual legislação que proíbe financiamento de pessoa jurídica aos partidos, os caciques do banco Itaú bancam, em peso, os custos da "nova" agremiação política.
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