23/08/2013 - 17:30

Passeata dos bancários no centro de São Paulo pressiona banqueiros

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SEEB São Paulo
Trabalhadores saem às ruas para fazer ouvir sua voz e seu descontentamento

Quinta-feira, 22 de agosto, oito da noite. Horário em que uma multidão de bancários deixou de estar em casa com a família ou de ir a um happy hour com os amigos, até faltou à faculdade, e optou por percorrer as ruas do centro de São Paulo para demonstrar a força e a unidade da categoria, bem como seu descontentamento com a realidade dentro dos bancos.

A passeata da Campanha Nacional reuniu cerca de 1,5 mil pessoas e esbanjou motivação para a luta e descontração, proporcionando uma miríade de atrações como o pop rock da sempre presente banda Ritz - a banda da greve - , além de artistas circenses como malabaristas, engolidores de fogo e equilibristas.

O batuque da bateria da escola de samba Tom Maior deu o ritmo para a marcha dos bancários. Mas a seriedade das reivindicações dos bancários não foi ofuscada pelo tom descontraído da passeata, pelo contrário.

Os manifestantes deixaram claro que estavam ali com o propósito de pressionar os bancos contra os abusos cometidos na rotina de trabalho.

Uma bancária do Itaú que não quis se identificar diz que fez questão de comparecer para lutar pelos direitos da categoria. "Estou aqui para protestar contra as metas abusivas e pelo aumento do nosso salário e da nossa comissão, que são muito baixos", afirmou.

Já um bancário do Santander marcou presença para cobrar respeito dos bancos. "Estou aqui pela valorização do nosso serviço. Nos bancos, quem ganha são só os executivos. Os [funcionários] menores não passam de um número. Hoje a gente trabalha em uma agência e do dia para noite nos mandam trabalhar em outro lugar, em outro canto da cidade, não importa nossa vida pessoal, nossa família, nossa qualidade de vida."

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrou que o setor bancário brasileiro é um dos mais rentáveis do mundo, tendo lucrado R$ 30 bilhões no primeiro semestre deste ano, e por isso, o argumento de que não podem dar aumento salarial por causa da crise mundial não é válido. "Essa passeata é para mostrar para os banqueiros a disposição de luta dos bancários, e nós estamos apenas começando", afirmou.

Para a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, o bancário adoece cada vez mais para dar dinheiro aos banqueiros. "Hoje é um dia muito importante para nós, para que nós mostremos para os banqueiros a nossa vontade de lutar e de se organizar, e a exigência que nós fazemos é saúde e felicidade. Bancário não quer só aumento de salário e de vale-refeição, quer ter paz, saúde e alegria", declarou.

O ex-presidente do Sindicato e deputado estadual (PT) Luiz Claudio Marcolino aproveitou para lembrar a luta para implantar uma CPI na Assembleia Legislativa que pretende investigar as denúncias de corrupção que envolvem o governo paulista. "São mais de R$ 30 bilhões em 325 contratos fraudados entre o metrô, a CPTM, a Siemens e a Alstom, demonstrando a estrutura de corrupção ao longo dos 20 anos de governos do PDSB", afirmou.

O presidente da CUT, Wagner Freitas, lembrou o argumento dos banqueiros de que não podem dar aumento salarial por causa da crise econômica "Mas na hora de atender, os bancos extorquem o cliente nas tarifas, atendem mal, e banqueiro é isso, é um mal para a sociedade brasileira", completou.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, usando a camiseta "Não ao PL 4330", enfatizou a importância da ousadia, unidade e mobilização da categoria para pressionar os bancos. "Precisamos tomar as ruas para cobrar nossos direitos, como remuneração, emprego, saúde, segurança e condições de trabalho, e combater o projeto da terceirização que, se aprovado, permite terceirizar caixas e gerentes", destacou.

Para o bancário Walter San Martin, da Caixa, a categoria tem que participar dos fóruns e atividades proporcionados pelo Sindicato, como as assembleias e as manifestações. "Afinal de contas, é a representação dos trabalhadores e tem mais força com a nossa participação. O bancário delega muito ao Sindicato quando na verdade ele tem que participar para fazer ouvir e valer suas reivindicações".



Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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