08/08/2013 - 14:15

Negociação entre Comando e Fenaban inicia com condições de trabalho

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SEEB Pernambuco
Mídia da Campanha Nacional 2013

Começou nesta quinta-feira (8), às 10h, a primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a Fenaban, em São Paulo. Estarão na mesa o bloco de reivindicações sobre saúde, condições de trabalho e segurança bancária. Os debates continuam na manhã desta sexta-feira (9).

"Vamos começar as negociações com os bancos tratando das precárias condições de trabalho, que estão angustiando, estressando e adoecendo os bancários, muitos utilizando remédios de tarja preta, outros se afastando do trabalho e vários já perderam suas vidas", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

Saúde do trabalhador

O diagnóstico da médica e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, é preocupante. "O sistema financeiro, que pressupõe venda de produtos com metas cada vez mais elevadas, vem causando quadros de desgaste físico e psíquico aos trabalhadores, com muito sofrimento para suas famílias, com grande ônus para o sistema de seguridade social e para a sociedade como um todo", aponta.

A organização e o sentido do trabalho precisam ser repensados para que as metas abusivas e o assédio moral sejam combatidos, segundo avaliação do professor Laerte Idal Sznelwar, do Departamento de Engenharia da Produção da Escola Politécnica da USP.

"O problema das metas está em como ela é definida. As metas abusivas são impostas de cima para baixo e o trabalhador que faz o contato com o cliente, que realiza a negociação, praticamente não é ouvido. A empresa em muitos casos tem uma determinada estratégia e não considera outras dimensões do trabalho revestidas de diferentes realidades. Sabemos que quando atingimos a meta, a tendência é que ela aumente", explica Laerte.

"Queremos discutir a gestão dos bancos, baseada em metas abusivas, que estão provocando assédio moral e violência organizacional, prejudicando a saúde dos bancários", aponta Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.

Para Walcir, "as metas não podem ser individuais, mas sim coletivas e precisam levar em conta os afastamentos, licenças e férias da equipe de trabalho. Além disso, não podem ser mensais e não podem existir essas cobranças diárias e até por turno que estão enlouquecendo os bancários".

Segurança bancária

"Além de um ambiente saudável, precisamos de segurança no trabalho, com prevenção contra assaltos e sequestros, a fim de proteger a vida das pessoas", reforça Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

No primeiro semestre deste ano, 30 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos, conforme pesquisa nacional da Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio do Dieese. "Um gerente do Banco do Brasil foi assassinado no Piauí", salienta o dirigente sindical.

"Mais do que prevenção, precisamos garantir assistência médica, psicológica e medicamentosa, bem como estabilidade ao empregado que foi vítima de assaltos, sequestros e extorsões", ressalta Ademir.

Bancos federais

A primeira negociação da pauta específica com a Caixa Econômica Federal acontece nesta sexta-feira, dia 9, às 15h, em Brasília. Com o Banco do Brasil, a primeira rodada foi marcada para o dia 14, às 13h, também em Brasília. Em ambas, o tema inicial será igualmente saúde e condições de trabalho.

Calendário de mobilização

8 e 9 - Primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Fenaban

9 - Primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Caixa Econômica Federal

13 e 14 - Mobilização em Brasília contra PL 4330

14 - Primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Banco do Brasil

22 - Dia Nacional de Luta, com passeatas dos bancários

22 - Dia Nacional de Luta dos empregados da Caixa

28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização

30 - Paralisação nacional das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

"Vem pra luta, bancário e bancária", convoca o presidente da Contraf-CUT.



Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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