25/05/2017 - 16:15

Governo congela quadro de pessoal no BB e pode ampliar terceirização

Numa ação orquestrada pelo governo, os bancos públicos voltaram a ser alvo de ofensivas da imprensa, tal como aconteceu nos anos 90, sob FHC, auge do processo de privatização das instituições financeiras. O objetivo é claro: pavimentar o caminho para a entrega dessas empresas para a iniciativa privada.

No caso do Banco do Brasil, as ações nesse sentido são flagrantes: redução de funcionários, suspensão de concursos públicos, compra de créditos podres e vendas de ações são algumas das medidas que evidenciam a intenção do governo ilegítimo em desmontar as empresas públicas.

A mais recente medida que sinaliza o início do processo de privatização do BB foi o anúncio da Secretaria do Tesouro Nacional, feito dia 5 deste mês, da decisão de vender as ações do banco detidas pelo Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), o Fundo Soberano. A previsão é de que a operação seja concluída no prazo de 24 meses.

E mais: por meio da Portaria nº 9, de 12 de maio de 2017 (imagem acima), a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) fixa o limite máximo para o quadro de pessoal próprio do BB para 106.786 funcionários até 1º de dezembro de 2018.

O alerta que o movimento sindical faz é que a demanda por funcionários possa agora ser atendida pela via da terceirização de mão de obra, que foi ampliada de forma irrestrita por lei sancionada por Michel Temer no final de março passado.

Rafael Zanon, diretor do Sindicato e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários, que negocia com o BB demandas do funcionalismo, adverte que "a portaria vai restringir a contratação de mão de obra efetiva por concurso público, abrindo portas para a terceirização, com todas as consequências desse tipo de subcontratação, piorando ainda mais as condições de trabalho por conta do déficit de funcionários".

O diretor do Sindicato Jefão Meira critica que, à medida que as demandas dos clientes no banco aumentam, o número de funcionários diminui, prejudicando tanto os trabalhadores como a clientela e os usuários. “Antes éramos 120 mil, e hoje somos 104 mil”, comparou. Além disso, foram fechadas 551 agências, em 12 meses, por conta da reestruturação. A rede própria do banco também foi reduzida em 970 pontos de atendimento.

Mariluce Fernandes

Fonte: Seeb Brasília

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