24/04/2015 - 09:45

Contra monopólio da Globo, movimentos vão às ruas neste domingo 26

Nesta semana, a Rede Globo completará 50 anos. Há dias a emissora já comemora o aniversário nos intervalos e programas de TV, nas redes sociais e no portal da internet. Mas para os movimentos sindical e sociais o momento é de relembrar aquilo que você não verá nesta celebração, como o apoio ao golpe e à ditadura militar brasileira, a fraude constitucional para construção de um dos maiores monopólios de comunicação do mundo e parcialidade e a manipulação da informação.

Em São Paulo, no próximo dia 26, um ato reunirá militantes a partir das 15h, na Praça General Gentil Falcão, ao lado da estação Berrini da CPTM, na zona sul da capital. A atividade compõe a Jornada de Luta da Juventude e é uma das principais ações dos movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação.

Coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti afirma que a visão plural nunca foi vista nos veículos da Globo, onde os trabalhadores não tem voz. "Além de apoiar o golpe militar, a emissora nunca primou por ajudar a construir e fortalecer a democracia de fato no Brasil."

Para a secretária de Imprensa da CUT São Paulo, Adriana Oliveira Magalhães, o grupo de comunicação faz justamente o contrário, criminalizar os movimentos sociais. "Onde estão as matérias aprofundadas e plurais, com diversidade de fonte, sobre a luta dos trabalhadores por reforma agrária e o direito à moradia? Não tem. Mesmo que terra e moradia sejam direitos humanos. Outra coisa que a mídia tradicional deturpa é o nosso direito constitucional de fazer greve. E, no mesmo caminho, trata a luta contra a terceirização do PL 4330 não como uma perda de direitos, mas como algo favorável ao Brasil porque interessa aos empresários que patrocinam os programas. Ou seja, é uma linha editorial em constante disputa", explica.

Para Rosane, o poderio do maior grupo de comunicação do país faz com que seus problemas acabem blindados pelos demais veículos. "Uma exemplo é o fato de estar sendo investigada por sonegar impostos à Receita Federal, sem falar nos trabalhadores da emissora que trabalharam terceirizados ou como PJ [Pessoa Jurídica]", reitera.

A regulação da mídia, lembra Adriana, é uma realidade nos EUA e em países na América Latina e na Europa. "Não queremos censura, lutamos pela democracia e ela passa por regular os meios para que tenham responsabilidade e deveres a cumprir, já que o direito à comunicação é um bem público. Por exemplo, a violência contra a mulher é abordada como crime passional, mas não se vê um diálogo que ajude na desconstrução do machismo. Os veículos deveriam ter esse papel mais educativo", sugere.

Unidade para ter voz

Sobre a sonegação de impostos da Rede Globo, o Diário do Centro do Mundo (DCM) produziu uma série de matérias a respeito do escândalo da sonegação da emissora. Clique aqui para assistir ao documentário produzido como resultado das investigações.

A reportagem da CUT São Paulo entrou em contato com a Receita Federal para saber o valor atualizado da sonegação da qual a emissora está sendo questionada. Mas, segundo a assessoria, "devido ao sigilo fiscal previsto no Código Tributário Nacional, a Receita Federal não comenta situações relacionadas a contribuintes específicos", diz em nota.

A imprensa da CUT/SP também entrou em contato com a assessoria da Polícia Federal para saber como está o andamento do processo de investigação contra a Rede Globo, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.

No começo do mês, os movimentos lançaram o manifesto "50 anos da TV Globo: vamos descomemorar!". Mais de 50 entidades já aderiram e afirmam em conjunto que "a emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto. Através da sua programação, não é nada raro ver a naturalização e o reforço ao ódio e ao preconceito". Clique aqui para ler na íntegra.

Nas redes sociais, os internautas também podem garantir a presença no ato em São Paulo acessando a página oficial da manifestação.

Fonte: CUT-SP 

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