18/03/2013 - 12:15

Comando debate com Fenaban não discriminação da atividade sindical

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Jailton Garcia/Contraf-CUT
Negociação com a Fenaban
Negociação aconteceu na tarde desta sexta, em São Paulo

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retomou na tarde desta sexta-feira (15) a mesa de negociação de igualdade de oportunidade com Fenaban. O foco foi a reivindicação que trata da não discriminação dos dirigentes e delegados sindicais. Os bancários denunciaram o tratamento discriminatório que os sindicalistas recebem das instituições financeiras.

Aos dirigentes é negado o acesso ao sistema de informações do banco, não podem participar dos programas de formação e qualificação profissional e nem mesmo dos concursos internos, disponibilizados a todos os funcionários. Além disso, os dirigentes não liberados enfrentam situação de isolamento nos locais de trabalho.

"Historicamente, no Brasil não foram construídos muitos exemplos de relações de trabalho democráticas. Quando se trata da atuação dos dirigentes sindicais, a situação piora", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando.

Há casos de gerentes que, ao participarem do movimento sindical, passam a enfrentar restrições ao acesso aos clientes, às linhas e  aos programas de negócios dos bancos. Além de terem suas liberações negadas, muitos são colocados em situação de isolamento. Outro exemplo é o caso de retorno de dirigentes ao local de trabalho, que após o término do mandato sindical perdem suas funções e comissões.

Além disso, dirigentes liberados e não liberados possuem suas carreiras profissionais estacionadas. "Muitos dirigentes e delegados sindicais - que não são liberados - têm suas promoções condicionadas à renúncia do mandato sindical", afirma o presidente da Contraf-CUT.

"A discriminação no mundo do trabalho também é manifestada na privação que os dirigentes sindicais têm na estrutura de organização do trabalho", lembra Andréa Vasconcelos, coordenadora da mesa de Igualdade de Oportunidades e secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Os representantes da Fenaban afirmaram que farão um levantamento interno sobre as questões expostas. O debate deve ser retomado em data a ser marcada.

Seminários temáticos

O Comando sugeriu a retomada da realização dos seminários temáticos e propôs como tema emprego e remuneração na categoria. Os bancos sinalizaram a retomada dos encontros, mas os temas ainda serão discutidos.

"Esse espaço de debate amplia a discussão com foco em um único tema, facilita as negociações na Campanha Nacional com vistas a ampliar os direitos na Convenção Coletiva", avalia Cordeiro.

Reivindicação

A proposta que diz respeito à não discriminação dos dirigentes sindicais faz parte da minuta de reivindicação da Campanha Nacional dos Bancários de 2012.

Confira:

ARTIGO 62 - PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA TODOS E TODAS - Parágrafo 2º - As empresas deverão garantir a não discriminação dos empregados eleitos para o exercício do mandato sindical ou delegados sindicais, garantindo-lhes os mesmos direitos dos empregados da ativa quanto a: promoções, acesso às informações, remuneração, cursos, etc.

A reivindicação foi incluída na minuta em razão das crescentes reclamações de dirigentes sindicais sobre o tratamento discriminatório que recebem das instituições financeiras.



Fonte: Contraf-CUT

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