08/05/2013 - 17:15

Brasileiro vence, e vai comandar a OMC

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Reprodução
Roberto Azevêdo

Pela primeira vez desde 1995, ano de fundação da Organização Mundial do Comércio (OMC), um brasileiro irá comandar o órgão máximo internacional do setor.

Roberto Carvalho de Azevêdo foi escolhido o próximo diretor-geral da OMC, devendo tomar posse do cargo em setembro, segundo o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). A Organização formalizará o comunicado ainda nesta quarta-feira (08).

Perfil do Diplomata

Roberto Azevêdo, casado, 55 anos, nasceu em Salvador (BA). É diplomata de carreira, formado em engenharia civil e está no Itamaraty desde 1983.

Dentre seus cargos mais ilustres, já assumiu a chefia do departamento econômico do Ministério das Relações Exteriores (MRE); foi subsecretário geral de assuntos econômicos, financeiros e tecnológicos do MRE e, desde 2008, era representante permanente do Brasil junto à OMC, em Genebra.

Apoio Internacional

A disputa final estava entre o brasileiro, que contou com a colaboração dos países emergentes e em desenvolvimento, e o mexicano Hermínio Blanco, cujo apoio provinha dos países ricos. No entanto,  mesmo não sendo apoiado pelos países desenvolvidos, estes não foram contra à eleição de Azevêdo, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.

“Mesmo aqueles que terão escolhido o candidato mexicano deixaram claro que não se opunham à formação do consenso em torno do candidato não-preferido. Essa postura, que eu entendo tenha sido manifestada por países desenvolvidos, importantes atores na OMC, levou a esse desenlace” declarou, Patriota.

Nesta quarta-feira (08), o Governo dos Estados Unidos enviou comunicado parabenizando Azevêdo pela vitória. "O governo dos Estados Unidos está satisfeito de ter participado na decisão de consenso que escolheu Roberto Azevêdo como o próximo diretor geral da OMC, e esperamos trabalhar com ele e com nossos sócios para (criar) uma robusta, relevante e produtiva organização nos próximos anos", afirma o comunicado.

Repercussão no país

No Brasil a notícia foi motivo de comemoração. A presidenta Dilma Roussef declarou que agora caberá à entidade dar “um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial”.

Dilma agradeceu o apoio que o candidato brasileiro recebeu de governos de todo o mundo nas três rodadas de votação. Disse ainda que essa “não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio”.

Antônio Patriota declarou que o Itamaraty trabalhou incansavelmente pela escolha do brasileiro, e que esse resultado é importante e “reflete uma ordem internacional em transformação, em que países emergentes demonstram capacidade de liderança”. Além disso, ele aponta que o Brasil “acumula prestígio” na OMC e tem desenvolvido uma “imagem de seriedade e credibilidade”.

Para Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, a vitória é uma demonstração de que o Brasil “mudou de posição” no cenário internacional. Ele acrescenta que essa mudança deve-se a uma “política internacional ousada” devolvida nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Desafio da nova gestão

Azevêdo, já no início de seu comando, terá de enfrentar um grande desafio, referente à reativação da Rodada Doha, estagnada há anos. A reunião para fechamento do acordo em Bali, pretende reduzir a burocracia ao padronizar procedimentos alfandegários, levando a um possível impulso de trilhões de dólares à economia mundial, ao mesmo tempo em que introduz novas regras para segurança de alimentos e concessões para países mais pobres.

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