05/07/2016 - 13:15

Bancários do Paraná estão prontos para a luta

As propostas dos trabalhadores do Paraná para a Campanha Nacional dos Bancários 2016 foram aprovadas na plenária final da 18ª Conferência Estadual dos Bancários, neste domingo, 03 de julho. O encontro foi realizado em Toledo, durante todo o fim de semana, e reuniu cerca de 250 bancários de todo o estado. Após três dias de debates, os representantes dos trabalhadores elegeram suas prioridades e também a delegação que representará o estado na 18ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada em São Paulo, de 29 a 31 de julho.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, que também marcou presença na 18ª Conferência, abordou os desafios e perspectivas para a Campanha Nacional dos Bancários 2016, chamando a atenção dos participantes para as diversas ameaças aos direitos dos trabalhadores. De acordo com ele, as direções dos bancos já planejam aproveitar o ciclo econômico desfavorável, somado às medidas de ajuste fiscal implementadas pelo governo interino de Michel Temer, para oferecer uma reposição salarial menor que a inflação, limitando-a a um abono para os funcionários dos bancos privados, entre outras possíveis retiradas de direitos.

O presidente da Contraf-CUT também destacou que os bancários não podem permitir que os banqueiros chamem de 'benefícios' as conquistas dos trabalhadores, fruto de muita luta da categoria (tais como vale-alimentação e refeição, PLR, plano de saúde, etc.). Para ele, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é uma conquista, assim como a negociação em mesa unificada e a organização nacional da categoria.

“Todos os dias, temos que lembrar que não há benefícios, mas conquistas! Vamos lembrar que bancários já trabalharam seis dias por semana, oito horas por dia e hora extra não era remunerada, era obrigação. Foram a nossa organização e mobilização que conseguiram garantir direitos, valorização salarial e mais saúde para os trabalhadores!", afirmou.

Com base em levantamentos feitos pelo Dieese e Diap, o dirigente sindical epôs o excepcional lucro dos bancos nos últimos doze meses, que já somam bilhões. Apesar da rentabilidade, só nos primeiros cinco meses do ano foram fechadas mais de 6 mil vagas de trabalho. Além do crescente desemprego, ele também falou sobre os 55 projetos que ameaçam os direitos da classe trabalhadora e que tramitam no Congresso Nacional, em regime de urgência.

“Diante dessa conjuntura desfavorável, nós temos como missão influenciar a política. A nossa unidade nacional vai fazer a diferença, pois temos certeza de que se mantermos a organização e a mobilização histórica, que foi o que nos trouxe até aqui, conseguiremos vencer mais esta campanha salaria e, ao final, poderemos dizer que golpistas e fascistas não passarão!”, finalizou Roberto von der Osten

"A cada ano, percebemos um aumento significativo de bancários de base participando das nossas Conferências, o que demonstra que os trabalhadores estão atendendo aos nossos chamados para a luta e mobilização. É muito importante que a classe trabalhadora seja protagonista de suas reivindicações!", avalia Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. "As dificuldades de diálogo não podem, nem devem, nos fazer recuar. A partir de agora, nós temos que construir a unidade de nossa categoria, pois só a luta nos garante!", complementou Júnior César Dias, presidente da Fetec-CUT-PR.

"Nesta conjuntura tão adversa, é fundamental a unidade dos trabalhadores para resistir aos ataques aos direitos. E a Conferência Estadual dos Bancários do Paraná deixa claro que estamos dispostos a lutar para que não tenhamos nenhum direito a menos!", finaliza Elias Jordão. Nos dias anteriores, foram realizadas análises de conjuntura política e econômica, além de debates em quatro Grupos de Trabalho (GTs) temáticos:1) Saúde, segurança e condições de trabalho; 2) Emprego; 3) Remuneração; e 4) Sistema Financeiro Nacional.

Saúde, condições de trabalho e segurança

O fim das metas abusivas e o combate ao assédio moral e sexual permanecem como uma das principais preocupações dos bancários. O debate por melhores condições de trabalho, mais saúde e mais segurança enfatizou a necessidade de manutenção de direitos para trabalhadores afastados, apoio e condições de trabalho às vítimas de ataques a bancos e igualdade de oportunidades.

Emprego

Diante da falta de funcionários em bancos públicos e privados, os representantes dos trabalhadores do Paraná debateram exaustivamente a necessidade de se priorizar a luta por mais contratações urgentes. Mais uma vez, as questões relativas ao emprego serão tema central da Campanha Nacional 2016. Entre os principais pontos da discussão estiveram ainda o fim das demissões, da rotatividade e a garantia de emprego.

Remuneração

Além da proposta estadual para o índice de reajuste salarial a ser negociado com a Fenaban, os bancários do estado debateram sugestões de reivindicações para a valorização da categoria, o modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), salários de ingresso e o pagamento obrigatório do vale-alimentação e vale-refeição para todos, entre outros. 

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